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DEZ
13
13 DEZ 2023
DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Qualificação: 186 alunos concluem cursos oferecidos no Centro de Economia Popular e Solidária
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Quando falamos em formatura, lembramos de solenidade de entrega de diplomas, de festa e de gente emocionada diante da luta e da superação para conseguir concluir a qualificação. O evento da Ecosol realizado nesta terça feira, 12 de dezembro, na Tenda do Encontro, na sede da Prefeitura, teve tudo isto e muito mais. Teve 186 formandos dos 13 cursos de qualificação profissional ("Salgados", "Confeitaria", "Decorações Natalinas", "Culinária Japonesa", "Corte e Costura Avançado", "Brindes Personalizados e Bordado Industrial", entre outros), realizados no Centro Público de Economia Popular e Solidária, recebendo seus certificados. E teve também música de Carol Maia na abertura, desfile de cestas de bolos e salgados e  panetone, de decoração natalina, exibição  de filme e muitos discursos emocionados. Ao final, houve a  distribuição de mini panetones, fabricados nas oficinas,  para todos que compareceram ao ato e uma feira com um pouco do que representa a Economia solidária para a administração municipal, garantindo um happy hour realmente celebrativo.   

A prefeita Marília Campos fez questão de participar do evento, no qual lembrou da criação do centro público há quase duas décadas e, também, do estado de abandono em que o equipamento foi encontrado há três anos. "Temos que valorizar aquilo que conquistamos, celebrar cada passo que a gente dá. Precisamos fazer isso juntos e permanecer juntos para continuar conquistando a cidade que queremos", afirmou. O Centro Público de Economia Solidária, já reconhecido como o maior da América Latina, reforça seu papel como um espaço robusto para políticas públicas. O esforço contínuo para tornar este centro uma referência não apenas em tamanho, mas também em impacto positivo na comunidade, destaca o compromisso da atual gestão com o desenvolvimento sustentável.

Segundo a assistente social do Centro Público, Miriam Simões, mais de 80% dos participantes dos cursos são mulheres e muitas delas se encontravam em situação de vulnerabilidade social e/ou psicológica, antes de terem acesso aos cursos. Algumas, inclusive, eram usuárias de programas sociais e dependiam do vale social para frequentar as aulas.  "Muitas estavam desanimadas, sem perspectivas e, depois de algum tempo nos cursos, elas já estavam conseguindo superar as dificuldades e até empreender e obter retorno financeiro", explicou.  

Uma das beneficiadas, Valéria Fernandes, 38, acabou de concluir os cursos de Salgados e o de Antepastos e Conservas. Valéria tem filhos de 18,14 e oito anos e conta que, num intervalo de seis meses, perdeu o irmão de 17 anos e o pai para a Covid19. Em seguida, ela desenvolveu uma depressão profunda, chegando a ficar internada e a tomar mais de 30 medicamentos por dia.  "Minha mãe buscou ajuda para mim no Cras (Centro de Referência da Assistência Social), do bairro Icaivera, e apareceu um anjo para cuidar de mim e me guiar", disse em referência à assistente social Fabiana Gandini.

Já Solange Oliveira, 58, tinha um sonho de costurar na antiga máquina herdada da mãe, sonho que agora ela já pode realizar, depois de participar do curso de Corte e Costura Básico. "Me sinto realizada, pois a professora nos ensinou mais do que apenas costurar, ensinou sobre cada pecinha da máquina e a cortar e arrematar um vestuário básico. Foi muito produtivo", elogiou. 

Desfile dos produtos confeccionados pelos formados dos cursos. Foto: Janine Moraes/PMC

Cursos de qualificação

Os cursos acontecem durante o ano inteiro e, segundo a diretora de Qualificação Profissional, Evelyn Freitas, a partir de janeiro, já há inscrições abertas para as próximas turmas. Entre os alunos, que têm que ser maiores de 16 anos, há aqueles que também sonham em dar uma guinada na carreira profissional.  A professora Maria Aparecida de Lima Silva, 47, por exemplo, fez o curso de Confeitaria, para quando se aposentar, abrir uma padaria. Apaixonada por bolos e graças às técnicas que aprendeu, ela mesma  preparou os bolos de aniversário do marido e do próprio. "O bolo ficou muito gostoso. Usei as técnicas corretas de montagem e espatulação, que com a prática, vão deixar meus bolos ainda mais bem feitos", comemorou.    

Incubadora

Depois do aprendizado, vem a prática e é nesta hora que entra em cena a incubadora criada recentemente na Ecosol, para apoiar os novos empreendedores da Economia Popular e Solidária a iniciarem seus negócios. Nessas incubadoras, os ex-alunos usam as máquinas das oficinas e contam com orientação dos professores para produzir salgados, bolos, doces e brindes. A própria Prefeitura e instituições parceiras compram o que é produzido. 

De acordo com a subsecretária de Trabalho e Renda, Mara Castro, responsável pela implantação desses projetos, os números das incubadoras são expressivos.  "Em apenas seis meses de funcionamento da incubadora, 19 famílias já foram beneficiadas, faturando cerca de R$60 mil ao todo. Isto é motivo de muito orgulho para nós", afirmou. 

A feirante Ivone Nunes faz parte de uma dessas famílias beneficiadas. Além de atuar nas feiras com sua barraca de churrasco, ela já está ganhando dinheiro com a venda dos salgados na incubadora. Ela  produz juntamente com outras cinco parceiras de negócio e, apenas nos  primeiros dois dias da semana, ganharam em torno de R$250 com a venda de salgados. "As feiras são aos fins de semana, então eu ficava com tempo ocioso, vendo novelas, mas agora estou muito feliz de trabalhar mais e ganhar mais também", comemorou.  

A secretária municipal de Desenvolvimento Social, Trabalho e Segurança Alimentar. Daniela Tiffany, também comemorou durante o discurso, ao constatar  que o trabalho de sua pasta é em prol da vida e do bem-estar. "É perceptível a transformação que o trabalho e a oportunidade de qualificação operam nestas pessoas e, melhor ainda, é saber que Contagem é quem carrega essa semente de inspiração", afirmou. 

Autor: Jornalista Pilar Batista
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